Se você cresceu nos anos 90, sabe que a relação entre cinema e videogames era, no mínimo, complicada. Para cada joia como GoldenEye 007, tínhamos dezenas de títulos genéricos que apenas tentavam lucrar com o hype do momento. O clássico O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991) sofreu muito com isso. Tivemos versões para tudo que era plataforma — do Game Boy ao Amiga —, mas nenhuma delas capturava a alma do filme de James Cameron com perfeição. Até agora.
Terminator 2D: No Fate, desenvolvido pelo estúdio britânico Bitmap Bureau (os mesmos por trás do excelente Final Vendetta), chega com uma proposta audaciosa: ser o jogo que deveríamos ter recebido 34 anos atrás. É uma obra que exala retrogaming em cada pixel, unindo a estética da quarta geração de consoles com uma fidelidade narrativa impressionante.
A era de ouro do run ‘n gun está de volta
Logo de cara, o título se posiciona como um herdeiro espiritual de Contra III: Alien Wars. E essa não é uma comparação feita de forma leviana. A jogabilidade de Terminator 2D: No Fate é um run ‘n gun puro-sangue, onde reflexos rápidos e o domínio dos power-ups são a diferença entre a sobrevivência e o “You are terminated”.
A Bitmap Bureau não apenas copiou a fórmula; eles a refinaram. O jogo expande a história que conhecemos, mostrando momentos que o filme apenas citou, como a internação de Sarah Connor no hospício de Pescadero. Essa profundidade transforma o que poderia ser apenas um “atira e corre” em uma experiência imersiva para o fã da franquia. Você sente que está jogando o filme, não apenas uma versão inspirada nele.
Fidelidade visual e o “problema” do Arnold
A pixel art deste jogo é um espetáculo à parte. Os cenários são detalhados, a paleta de cores evoca o clima azulado e industrial da obra cinematográfica, e a trilha sonora parece ter sido composta diretamente em um chip de som do Super NES ou do Mega Drive. O cuidado técnico é tão alto que você se pergunta se o hardware original da época realmente daria conta de rodar tudo isso sem os famosos “slowdowns”.
Um ponto que merece destaque é o licenciamento. O estúdio conseguiu os direitos de imagem de quase todo o elenco principal:
- Linda Hamilton: Uma Sarah Connor impecável e pronta para o combate.
- Robert Patrick: O T-1000 com sua ameaça constante e metálica.
- Edward Furlong: O jovem John Connor, o foco da nossa proteção.
- Michael Edwards: O John Connor do futuro, liderando a resistência.
Entretanto, há um elefante na sala: o T-800. Por questões contratuais ou falta de acordo, o exterminador no jogo não possui as feições de Arnold Schwarzenegger. Embora seja uma ausência sentida pela nostalgia, a Bitmap Bureau conseguiu contornar isso com um design que ainda remete ao personagem, garantindo que a imersão não seja quebrada para quem está focado na ação.
Mecânicas de jogo e o desafio 16 bits
Falar de Terminator 2D: No Fate é falar de dificuldade. Seguindo a tradição dos clássicos, o jogo não pega na sua mão. Os controles são extremamente responsivos, o que é essencial quando a tela se enche de inimigos e projéteis. Um detalhe interessante e muito fiel ao roteiro original é a restrição do T-800: seguindo a promessa feita a John Connor, o exterminador evita matar humanos, o que cria dinâmicas de gameplay curiosas em certas fases.
Abaixo, preparei uma tabela com as principais especificações técnicas para você se situar:
| Característica | Detalhes |
|---|---|
| Desenvolvedora | Bitmap Bureau |
| Plataformas | PS5, Xbox Series, Switch, PC, PS4, Xbox One |
| Gênero | Run ‘n Gun / Ação 2D |
| Estilo Visual | Pixel Art de 16 bits (Geração 4) |
| Duração Média | 1 hora (Campanha Principal) |
O debate sobre a duração: Curto ou enxuto?
Aqui entramos em um terreno polêmico. A campanha principal de Terminator 2D: No Fate pode ser finalizada em cerca de uma hora. Para a “turma da calculadora” — aqueles que medem a qualidade de um jogo pelo custo por hora jogada —, isso pode parecer um defeito. No entanto, para o público do retrogaming, essa duração é perfeitamente condizente com os clássicos do gênero.
O valor real do jogo está no seu fator replay. Após terminar a história pela primeira vez, rotas alternativas são liberadas. Suas escolhas durante a jogatina podem alterar o destino da humanidade, levando a finais diferentes. É um jogo feito para ser dominado, decorado e jogado repetidas vezes, buscando a perfeição em cada estágio.
Concluindo…
Terminator 2D: No Fate é mais do que um simples jogo; é uma carta de amor aos fãs de O Exterminador do Futuro 2 e aos entusiastas da era 16 bits. Ele corrige as injustiças do passado entregando uma jogabilidade sólida, gráficos belíssimos e um respeito profundo pelo material original. Se você busca uma experiência autêntica, desafiadora e não se importa com a ausência do rosto do “Governator”, este título é um investimento certeiro para sua biblioteca.
O que você prefere: um jogo curto e intenso de 1 hora ou uma aventura de 40 horas cheia de missões repetitivas? Deixe sua opinião nos comentários!
FAQ
O que é Terminator 2D: No Fate?
É um jogo de ação no estilo run ‘n gun (correr e atirar) com estética de 16 bits, baseado fielmente nos eventos do filme O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final.
O jogo vale a pena mesmo sendo curto?
Sim, especialmente para fãs de retrogaming e desafios arcade. O jogo foca na qualidade da experiência e no fator replay com múltiplos finais e rotas alternativas.
Em quais plataformas posso jogar?
O jogo está disponível para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One, Nintendo Switch e PC (Windows).
O Arnold Schwarzenegger está no jogo?
Infelizmente, não. Embora os outros atores principais tenham cedido suas imagens, o T-800 no game não possui a fisionomia de Arnold, provavelmente por questões de direitos de imagem.


