Quem diria, não é mesmo? O CEO de uma das maiores montadoras do mundo elogiando abertamente um concorrente, e ainda por cima, um gigante chinês de tecnologia! Pois é, Jim Farley, o chefe da Ford, não tem meias palavras quando o assunto são os carros elétricos chineses. Sua mais recente declaração, “Xiaomi é a Apple da China”, não só chamou a atenção, como também acendeu um alerta para toda a indústria ocidental. Mas o que está por trás dessa “obsessão” de Farley?
A verdade é que a China não está apenas na corrida, ela está ditando o ritmo da eletrificação automotiva. Enquanto a Tesla deu o pontapé inicial no Ocidente, são as empresas do gigante asiático que estão impulsionando a tecnologia e, principalmente, a fabricação das baterias. Isso criou um ecossistema de carros elétricos extremamente competitivos, deixando os fabricantes ocidentais, incluindo a Ford, em uma posição bastante desconfortável.
A obsessão de Farley: uma viagem ao futuro automotivo
Para entender melhor o “inimigo” – e talvez aprender com ele – Farley não hesitou. Ele organizou uma série de viagens à China, levando consigo toda a sua equipe de direção. O objetivo? Selecionar cerca de 50 veículos para levar de volta aos Estados Unidos. Mas não apenas para desmontá-los em laboratório, não! A ideia era conduzi-los no dia a dia, nos trajetos cotidianos, para sentir na pele a experiência que esses carros elétricos oferecem.
De todos os veículos testados, cinco foram os escolhidos para ir para Detroit, e um deles roubou o coração de Farley: o Xiaomi SU7. Ele gostou tanto que chegou a dizer que “é fantástico” e que “não queria sair de dentro dele”. Já pensou no CEO da Ford se recusando a sair de um carro chinês? É de se pensar, né?
O Xiaomi SU7: mais que um carro, um ecossistema
A declaração de Farley de que “Xiaomi é a Apple da China” não é um elogio qualquer. Ela destaca o ponto forte da Apple: o ecossistema. E o Xiaomi SU7 parece ter dominado isso no setor automotivo. Imagine só:
- Você entra no carro com o seu telefone e ele se conecta automaticamente, sem precisar de emparelhamento.
- Tem reconhecimento facial, um assistente de IA para te ajudar no que precisar.
- E a performance? Ele acelera de 0 a 100 km/h em apenas três segundos com o toque de um botão, algo que Farley compara a um Porsche Taycan!
Claro, Farley pondera: “É perfeito? Não, e poderíamos superá-lo nos segmentos em que competimos.” Mas o elogio é inegável. A Xiaomi, que ele já classificou como “um gigante da indústria e uma marca de consumo muito mais forte que as empresas automotivas”, está mostrando que chegou para jogar pesado na competição automotiva.
O despertar da indústria ocidental: humildade e mudança
Os elogios de Farley não se limitam à Xiaomi, mas se estendem a toda a indústria chinesa de carros elétricos. No Aspen Ideas Festival, ele descreveu o que viu na China como “a coisa mais humilhante que vi na minha vida”. O motivo? Setenta por cento dos veículos elétricos do mundo são fabricados lá, e a tecnologia no habitáculo é muito superior à que muitas marcas ocidentais oferecem.
“Automaticamente, toda a tua vida digital reflete-se no carro”, disse Farley, destacando a integração perfeita que os modelos chineses oferecem. Isso é um tapa na cara para quem achava que a liderança ocidental era inabalável, não é mesmo?

A Ford reage: contratações estratégicas e a nova rota
A Ford, como muitos sabem, não teve uma entrada das mais suaves no segmento dos carros elétricos. O Mustang Mach-E, embora um carro interessante, foi “caríssimo de desenvolver”, enquanto os concorrentes já tinham processos otimizados para baratear os veículos. Foi como “um elefante numa loja de porcelana”, nas palavras do artigo.
Mas a empresa está mudando. Contrataram Doug Field, um engenheiro de peso que já foi chefe do Tesla Model 3 e participou do design do carro da Apple. E Field foi direto ao ponto com Farley: “Jim, o teu sistema de lançamento de peças e a arquitetura de desenvolvimento têm 25 anos de atraso. Não podes competir assim com a BYD.” Que sinceridade, hein?
Essa análise franca abriu os olhos de Farley e impulsionou uma nova estratégia na Ford. A prova de fogo será uma nova pick-up elétrica que a montadora está preparando para 2027, com o ambicioso objetivo de ser acessível. Resta saber como o mercado vai reagir a essa guinada.
Concluindo…
A “obsessão” de Jim Farley pelos carros elétricos chineses, e em especial pelo Xiaomi SU7, é um sinal claro de que a competição automotiva global entrou em uma nova era. A China não é mais apenas um mercado, mas um líder em inovação e produção, forçando gigantes como a Ford a repensar radicalmente suas estratégias. A honestidade de Farley em elogiar a concorrência, mesmo que humilhante, é um passo crucial para a adaptação. O futuro dos carros elétricos promete ser eletrizante, e a briga por espaço no mercado global está apenas começando. O que você pensa sobre essa nova era de competição no mercado de carros elétricos? Deixe seu comentário e compartilhe suas expectativas para o futuro automotivo!
FAQ
O que Jim Farley pensa sobre os carros elétricos chineses?
Jim Farley, CEO da Ford, está “obcecado” com os carros elétricos chineses, considerando-os extremamente competitivos e tecnologicamente avançados, a ponto de descrever o que viu na China como “a coisa mais humilhante” de sua vida.
Por que a Xiaomi é chamada de “Apple da China” no setor automotivo?
Farley chamou a Xiaomi de “Apple da China” devido ao seu sucesso em criar um ecossistema automotivo integrado, com recursos como conexão automática com o smartphone, reconhecimento facial, assistente de IA e uma experiência de usuário fluida, similar à integração de produtos da Apple.
Qual é o impacto da liderança chinesa na indústria de veículos elétricos?
A China lidera a eletrificação automotiva, produzindo 70% dos veículos elétricos do mundo e impulsionando a tecnologia de baterias. Isso gera uma forte competição automotiva e força as montadoras ocidentais a mudarem radicalmente suas estratégias para competir.
Como a Ford está reagindo à competição dos carros elétricos chineses?
A Ford está mudando sua estratégia, aprendendo com os modelos chineses e focando na otimização de processos. A empresa contratou Doug Field (ex-Tesla e Apple) e planeja lançar uma pick-up elétrica acessível até 2027 para enfrentar a competição automotiva.
O que torna o Xiaomi SU7 tão impressionante para o CEO da Ford?
O Xiaomi SU7 impressionou Farley por seu desempenho (0-100 km/h em 3 segundos, comparável a um Porsche Taycan) e, principalmente, por seu ecossistema digital integrado, que reflete automaticamente a vida digital do usuário no carro, oferecendo uma experiência de uso “fantástica”.


